Este painel de azulejos pintados à mão não só mostra o artesanato especializado e a tradição dos azulejos feitos à mão, como também incorpora a essência de assumir o controlo do futuro e preservar o rico património cultural da Mouraria. O painel foi feito durante oficinas de arte colaborativa iniciadas pelo artista Lambert Rozema. Os residentes foram convidados a criar sete fachadas (o número de mudanças) utilizando cores, janelas e portas à sua escolha

A localização deste painel de azulejos, aqui na Rua do Capelão, reflecte as origens deste rico património cultural, pois foi aqui que nasceu o fado. É um símbolo de união e de orgulho para os seus moradores, que pretendem recuperar o esplendor do bairro, decorando as suas fachadas com cores rejuvenescidas e mantendo as suas fachadas tradicionais.

Explicação do painel:

Cada uma das sete fachadas representa uma mistura de residentes portugueses e estrangeiros que se espera que venham a viver na Mouraria dentro de 10 anos. Os actuais residentes desejam o regresso da geração mais jovem que não pode pagar os elevados preços dos imóveis causados pela gentrificação. Espera-se que esta geração mais jovem viva atrás de fachadas renovadas que reflictam juventude e felicidade. A maioria das fachadas tem varandas, muito necessárias para a comunicação entre os habitantes locais. (Qual é a fachada que não tem varandas?) Uma fachada está reservada aos imigrantes que são convidados a integrar-se neste bairro com a sua história de diversidade.

As casas 1, 6 e 7 representam a tradição expressa nas cores da fachada, nos azulejos, nas varandas, nas janelas abertas e nas caixilharias de madeira. Aqui, espera-se que os residentes portugueses vivam como abraçam a tradição e gostariam de a continuar.

As fachadas 2 e 4 exprimem a utilização de cores muito saturadas que podem ser observadas em alguns edifícios do bairro. Estas cores nem sempre são tradicionais e são sobretudo utilizadas para atrair o turismo.

A casa n.º 3 representa uma mercearia que existia antigamente no bairro. Os residentes gostariam de reintroduzir este tipo de loja, uma vez que vende todas as necessidades diárias e é um local onde as pessoas se podem encontrar.

A casa n.º 5 é reservada aos turistas, que não necessitam de varandas para comunicar com os moradores, e os custos de manutenção são reduzidos ao mínimo graças a uma porta de alumínio e a caixilharia de PVC. A utilização destes materiais é considerada não tradicional.

P significa parque; este é o desejo de todos os que participaram neste projeto, uma vez que será um espaço onde as gerações futuras se encontrarão, brincarão e terão um pouco de verde para se sentarem.

This panel doesn’t include the increasing use of white and beige colours which makes some streets look quite uniform. Instead, the residents have given each façade its own identity, something that reflects the character of their community of strong and proud families and which they would like to continue.